terça-feira, 30 de setembro de 2008

Comentário do texto “Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI” de Carlo Ginzburg.

Por Marcela Falcão

Analisando o texto do Carlo Ginzburg podemos mais uma vez perceber o quanto à história das imagens está ligada à vida religiosa de um povo e a sua dispersão aos meios de comunicação da época (neste caso à imprensa) que divulgava as imagens fomentando diferentes interpretações. No século XVI a questão de erotismo era bastante questionada pelo poder que a Igreja Católica exercia sobre o povo, este dividido entre dois círculos icônicos: o privado (elevado) e o público (rebaixado), de dominação dos seus desejos e pensamentos. As imagens eram, portanto, motivo de preocupação (muitas vezes velada), pois estariam divulgando idéias contrárias à religião, despertando em seus expectadores, através do sentido da visão e não mais da audição, fantasias e desejos tidos como pecaminosos. O poeta Ticiano e suas obras foram analisados sob esta ótica do pensamento, sendo tido como vulgar em relação às imitações que fazia com seus quadros, por não conhecer a fundo a cultura, os objetos e as formas que tentava reproduzir e por ter sua fantasia alimentada por cargas eróticas tidas como banais.

Imagens selecionadas:

Vênus - Ticiano


Amante - Giulio Romano

Diana e Actéon - Ticiano

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