domingo, 12 de outubro de 2008

Contraponto crítico entre os textos da Folha de São Paulo e o de Carlo Ginzburg - Ticiano, Ovídio e Os Códigos da Figuração Erótica no séc. XVI.

Por Marcela Falcão

Não estamos mais no século XVI, quando a Igreja Católica detinha o poder de impor valores morais a sociedade, através da seleção tendenciosa de imagens, entretanto percebemos que os resquícios dos desmandos sobre as imagens continuam latentes atualmente. Aqui se subscreve um problema perturbador: até quando viveremos sob a égide da censura velada e de uma moral desvirtuada? O caso do professor Oswaldo Teixeira serve como referencial desta discussão que encontra raízes fincadas na definição de sentido que são criadas para as imagens eróticas, no comportamento humano diante da exposição de seus mais íntimos segredos por artistas como Ticiano, Giulio Romano, etc. O erotismo assume diversas cargas eróticas ao longo do tempo, mas não perde o poder de influenciar no psicológico humano, de causar pavor em uns e encantamento em outros. Não era de se esperar que em pleno século XXI, diante do processo de reciclagem porque passa a sociedade, o século da informação, da ascensão de processos comunicacionais mais eficaz, nos deparássemos com as contradições de um sistema gerenciador da uma censura intelectual, agonizando com a perda de valores, como o artístico, e que não se preocupa mais com vulgarizações nas formas, ou com as classes que serão atingidas por certas imagens banais (eróticas) como a quatro séculos atrás, e sim com a formação de alienados sociais, que não sabem distinguir mediocridade de erotismo, que demitem profissionais pelo simples fato da sua arte não atender a restrição intelectual de seus mundos digitalizados. A democracia e a modernidade revelam assim seus novos bandidos sociais.

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