quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Contraponto crítico entre os textos da Folha de São Paulo e o de Carlo Ginzburg - Ticiano, Ovídio e Os Códigos da Figuração Erótica no séc. XVI.

Por: Ingrid Bárbara


O erotismo desde sempre foi motivo de grande repercussão, ao analisarmos séculos passados veremos episódios marcados por essa questão. No século XVI com as obras de Ticiano tivemos esse exemplo, onde o erotismo era visto como algo nefasto, que provocava fantasias e desejos pecaminosos, tornando-se motivo de preocupação para a igreja católica devido à repercussão e intencionalidade de tais obras.
Alguns séculos se passaram, estamos em pleno século XXI e ainda presenciamos cenas que nos remetem há esses tempos onde a censura era imposta veementemente. Na contemporaneidade, a palavra “democracia” é tida como uma verdade, entretanto, na prática não é isso o que vemos.
Os exemplos estão a nossa frente, temos o caso do professor Oswaldo Martins Teixeira que foi demitido de uma escola no Rio de Janeiro porque pais de alunos descobriram que ele escrevia poemas eróticos, afirmando que isso não é tarefa para um professor de seus filhos. É lamentável, que após passarmos por um período de ditadura ainda encontremos posturas como essa. E mais triste é saber que esse não é um fato isolado, vivemos mais do que nunca numa ditadura disfarçada.
Concordo com a crítica, mas não com a censura. Todos têm o direito de gostar ou não, porém não podemos proibir tudo o que não nos agrada. As formas de comunicação e tecnologias avançam e as mentalidades encolhem? É um absurdo! Parece que estamos retrocedendo. Expresso incredulidade perante este ato de incoerência da instituição que, no meu ver compromete a sua reputação e credibilidade, logo ela que funciona sob o lema 'Uma escola que estimula a expansão cultural'. Tal atitude não seria um paradoxo? Mexer com a temática sexual sempre causa frisson e apesar de todas as mudanças ocorridas, a censura ainda existe, funcionando como uma tentativa incisiva de manter sob controle a sociedade e a circulação de informações. E por mais antidemocrática que possa ser, infelizmente, é uma realidade.

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